domingo, 20 de setembro de 2009

I was a dreamer, but now I'm John


    Engraçado como algumas músicas, frases ou lembranças acabam ilustrando nossos dias por acaso. Hoje, a trilha sonora foi "God", uma das primeiras canções de John Lennon após o fim dos Beatles.
    Não que ela tenha tocado de verdade, a não ser na minha cabeça. O mesmo verso repetindo o tempo todo: "I was a dreamer, but now I'm John". O suficiente para me fazer pensar sobre aquelas vezes em que deixamos de ser sonhadores para nos tornarmos apenas nós mesmos, ou aquilo que sempre fomos.
    Para isso acontecer, às vezes, é preciso acabar com a banda. "God" também é a música do verso "the dream is over". Mas antes que possa parecer, este não é um post triste, sobre o fim. Trata-se de um post sobre o começo daquilo que sempre se quis fazer ou ter.
    E não adianta, nenhuma ruptura vem tranquilamente. Mesmo que ela seja para melhor. Talvez não esteja preparada para falar sobre isso agora, talvez me falte inspiração suficiente para escrever sobre isso. Mas certamente, não me faltam exemplos.
    Nova York é uma cidade impressionante. O mundo inteiro parece se resumir aqui. No entanto, no meio de tanta gente, de tantas culturas e de convivência entre as diferenças, não parece existir lugar no mundo onde as pessoas se sintam mais sozinhas.
    Hoje, após um domingo agradável, minha fiel amiga Louise e eu saímos de casa em busca de chocolates para aquecer o frio. Se logo na rua seguinte existe um Starbucks, não é preciso muita criatividade para saber onde ir.
    E lá fomos nós. Chocolate gelado (herança de um país tropical) e brownie para mim. Nas mesas ao lado, pessoas sozinhas e seus laptops ou headfones engraçados. Apenas nós duas fazíamos companhia uma a outra. Nova York também é uma cidade de pessoas solitárias. De pessoas que preferem descer de seus apartamentos em uma noite fria para usar a internet de um Café.
    Digo mais. Nova York é uma cidade de pessoas que, como eu, deixaram os lugares que mais amam em busca de uma experiência de vida, ou de sobrevivência. Viver um sonho não é fácil.
    E lá no Starbucks, o que tocava? Um CD dos Beatles, não me lembro qual agora. Mais uma vez o acaso surpreende, ou seria o destino? Ainda tenho dúvidas sobre qual deles realmente explica os acontecimentos.
    Talvez o sonho não tenha acabado. Talvez seja apenas preciso mais alguém para sonhá-lo junto com a gente. Algumas maçãs são apenas grandes demais para se devorar sozinho.

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