Tendo nascido em Bom Jesus do Itabapoana e morando em uma ponte chamada Rio-Niterói eu jamais saberei ao certo o que é sentir frio. Mas ao primeiro e ingênuo sinal do que poderia ser ele, como aquela corrente de ar entrando pela janela ou a chuvinha fina lá fora, faço como qualquer carioca de coração e trato logo de enrolar um lenço ou cachecol no pescoço. Nesse fim de julho comprei morangos pela primeira vez no ano e comecei a pensar nas coisas que mais gosto de fazer durante essa estação quase desconhecida, o inverno.
Os morangos estavam em promoção e só os comprei porque li na Marie Claire deste mês que tudo que é fruta e termina em "berry" no inglês é bom para o cabelo, para a pele e para retardar o envelhecimento. O que eu realmente mais amo no inverno não são os morangos, e sim o aconchego que o ventinho da rua traz, essa vontade de ficar em casa, traduzida nessa foto que ilustra o post. Ela foi tirada em uma casinha velha onde funciona uma sorveteria na cidade de Colônia do Sacramento, Uruguai. Uma Vogue, uma janela, um abajour. Eu teria ficado lá para sempre.
E já que comecei a falar em Vogue, a segunda coisa de que mais gosto no final do inverno são as capas de revista anunciando a moda da próxima estação: essa linda, primavera! Depois o verão, o outono... o meu favorito.
Vogue Brasil - Agosto 2011 |
Dizem por aí que as pessoas no inverno andam bem mais arrumadas e eu não tenho como dizer o contrário, mas eis que surgem as cores, as alcinhas, as transparências, os brilhinhos e eu me rendo. Gosto da cidade iluminada.
Mas mais do que isso, eu sei, meu destino é apreciá-la em qualquer estação. Hoje, por exemplo, quero comemorar a chegada de agosto, mês que a mamãe nasceu. Todo o resto da família é fevereiro, quente demais, carnavalesco demais. Ainda bem que temos uma virginiana centrada dentro de casa para cuidar de tudo.