Não existe temporada melhor para se conhecer Nova York que não seja setembro. Restinho de verão, começo de outono, aquela dúvida sobre o tempo: vai fazer frio ou não? Vai chover? A verdade é que Nova York é imprevisível como um homem e isso, claro, aprendi assistindo Sex and the City.
Este post, no entanto, não será apenas mais uma declaração de amor à cidade. Comecei a pensar em escrevê-lo durante minha caminhada para casa, com a Primeira Avenida fechada por causa do início dos trabalhos da Assembleia Geral 2009, que começa pra valer amanhã.
Andando pela rua, percebi que a cidade e a temporada têm tudo que eu sempre quis reunir em uma viagem: pessoas cosmopolitas e cosmopolitans, um trabalho que nunca vou esquecer e meu primeiro sobretudo. A ideia simples e humilde de estar na mesma cidade que o presidente Barack Obama, melhor, de trabalhar no mesmo prédio onde ele faz mais um de seus ótimos discursos. A oportunidade de colocar em prática meus micos de jornalista em início de carreira. Nova York traduz o espírito idealizado da América: um continente de oportunidades.
Conforme caminho pela calçada, vendo o trânsito seguir caótico, não consigo parar de pensar no que Che Guevara e a princesa Jasmin têm em comum: Nenhum deles gostaria de voltar para o lugar de onde partiram. E desde já aviso que não precisa ser um lugar físico, até porque quero sim voltar para casa, ou melhor, para as casas que eu deixei em duas cidades do Rio de Janeiro. Dito isso, continuo com minha associação improvável.
Uma das frases mais famosas de Che diz "Retroceder jamás!" e um dos trechos da música tema de Aladin cantado pela princesa diz "I can't go back to where I used to be." Se um guerrilheiro e uma personagem de desenho animado têm a mesma opinião sobre a ideia de andar para trás é porque, talvez, ela seja realmente uma preocupação de interesse coletivo.
Eu voltarei para casa no fim do outono, mas meu lugar será outro, porque já não sou mais a mesma.