quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Mid-twenties, aqui estou eu + Girls x Sex & the City

Elenco de "Girls", em cena na nova série da HBO. Meninas de 20 wanabe Sex & the City
Podem me chamar de Yankee, digam que eu vendi a minha alma para os Estados Unidos, que eu imperializo o português com um vocabulário de fora. Só porque prefiro usar um termo inglês para definir essa nova fase da vida, a que começa nos 25 e vai até os 27, mais ou menos. Curtinha, ou melhor, "mid". Aliás, acho que nem teria como definir esse momento na nossa língua de qualquer jeito. Ficaria estranho. A partir de agora, só não me venham falar nos tais "20 e poucos" que ficaram para trás, como se fosse a melhor época da vida, quando tudo era mais fácil, etc e etc. E no futuro, nunca digam "20 e muitos".

Obsessão que as pessoas têm com os 20, como se tudo tivesse que ser feito nessa década e em três etapas bem separadinhas: começo, meio e fim. Ficar mais velho já não é fácil e a gente ainda consegue tornar desagradável adicionando ao processo expectativas supervalorizadas e opiniões alheias sobre a nossa vida. Pra quê?

Outro dia estávamos no aniversário de 25 de uma amiga quando uma do grupo soltou: "Minha dermatologista já até me passou um creme contra as rugas". Fiquei chocada e não escondi. Que médicas são essas, meu Deus? Só porque existe "Renew 25" a gente pode sair por aí emplastando a cara? Continuarei à base de hidratante, protetor solar e bepantol até a minha hora chegar. Engraçado como a minha geração não tem pudores em adiar o amadurecimento e a total independência financeira, mas antecipa com facilidade a velhice. Queremos fazer tudo, em pouco tempo, agora e ainda sermos eternamente jovens, charmosamente despreocupados. Não é à toa que não se consegue mais marcar horário com um terapeuta com menos de um mês de antecedência. Estamos todos na lista de espera.

Todas essas reflexões bobas que eu ando tendo acabaram sendo permeadas pelo lançamento de uma nova série de TV, item fundamental na formação das referências de uma galerinha que ficou adulta assistindo a "Friends" e "Sex & the City". A bola da vez é "Girls", da HBO, com estreia prevista para abril nos EUA. O roteiro bebe na fonte de SATC, mas é mais crítico e centrado na vida de três mulheres na casa dos 20, tentando fazer a equação dar certo: amor + carreira + realização pessoal = o que mesmo? A verdade é que ninguém encontra o pote de ouro se não for até o fim do arco-íris. Ok, boring. Voltando à série...


"Girls", claro, se passa em Nova York, a terra prometida. O roteiro é da Lena Dunham, que também dá vida à personagem Hannah, uma aspirante escritora (leia-se, wanabe Carrie Bradshaw) que se vê às voltas com a necessidade de se bancar sozinha depois que os pais cortam a ajuda financeira. A própria Lena, que pega carona no sucesso inédito das mulheres bem sucedidas das comédias americanas,  disse que sua produção é uma homenagem agridoce aos anos de CB, Samantha, Miranda e Charlotte causando pela Big Apple. Só que, dessa vez, as meninas são mais jovens, mais atrapalhadas, aprendizes, afinal. Na casa dos 20, sabe como é.

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